sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Parque Nacional Torres del Paine

Acordei cedo, tomei um banho bem quente e fui tomar café. Não sei se era porque estava no Chile, mas o café era mais farto e mais gostoso. Pela primeira vez, tive a opção de iogurte e de mais tipos de pães e sucos. De barriga cheia, preparei alguns sanduíches para levar e coloquei na mochila. Peguei a van com a expectativa de mais um dia de histórias, aventuras e novas amizades.

Ao entrar na van encontrei o Márcio, o brasileiro de Fortaleza que havia encontrado em Chalten (ele também estava no onibus que me trouxe de Calafate para Pt. Natales). Sentei ao seu lado e fomos conversando durante a viagem de mais ou menos 90 minutos até a entrada do Parque. Na van também tinham 4 irlandeses, um casal de portugueses, um casal de cariocas e 2 americanos.

Primeiro fomos a Cueva del Milodon, uma caverna onde foram encontrados fósseis de um dinossauro que nomearam de Milodon. Passamos 30 minutos por lá e voltamos para a van, partindo em direção a entrada do Parque. No caminho, indo para o Parque, encontramos vários guanacos pegando sol na estrada e enquanto isso no horizonte as famosas torres del paine nos acompanhava em sua majestosa distancia. Saímos para tirar fotos e nestes momentos já era possível sentirmos um pouco da força do vento na região. Vale ressaltar que o Parque é famoso por seu clima instável e por seu vento hostil. Já se registrou por lá ventos com velocidade de até 190km/h.

Dentro do Parque, todo o nosso passeio foi feito de van. Parávamos em locais estratégicos para sacar fotos, apreciar a paiaagem e continuávamos o percurso no carro. Com o mapa na mão era possível reconhecer cada cantinho, cada montanha e lago por onde passávamos. Abaixo segue algumas fotos:


Os ventos só aumentavam e em alguns momentos não era possível sequer caminhar, mas sim engatinhar nas trilhas e de preferência todos bem pertinho para não perdermos o equlíbrio. Uma situação um tanto quanto inusitada acontecia com frequencia: quando parávamos a van, o motorista saía, dava a volta para abrir a porta do lado direito e se escorava nela para que pudéssemos sair sem problemas, pois senão o vento fazia força contrária e com sua força não nos permitia sequer abrir a porta.

Paramos para almoçar em um gramado onde existiam algumas mesas pra piqueniques eum restaurante excessivamente caro. Sentei em uma das mesas com os outros 3 brasileiros e lanchamos, curtindo o mormaço que fazia. Enquanto conversávamos e usufruíamos daquele clima e ambiente tão gostoso, recebemos a inusitada visita de uma raposa. Ela, atraída pelo lanche da mesa ao lado, foi se aproximando devagarzinho de um jeito meio arredio e desconfiado. Saboreou alguns pedaços de pão que ganhou de um dos casais irlandeses e logo depois partiu, faceira e de barriga cheia.


O Parque apresentava um clima bem gostoso. Podia-se ver que ali não tinha ainda a mão do homem, era tudo muito original e muito conservado. Todos os pássaros, guanacos e demais animais que encontrávamos no caminho e que viviam por ali pareciam não se importar com a presença de nós, turistas ! Estavam sempre à vontade, o que tornava a paisagem ainda mais encantadora.
Em uma das últimas paradas, fizemos uma trilha de 15 minutos até chegarmos em uma praia de pedras e de terra escura e pesada. Na água, um pequeno iceberg desprendido de um Glaciar que existia por ali se apresentava para nossa admiração. Pra variar ventava muito e dessa vez o sol que nos acompanhou por todo o dia resolveu nos deixar na mão. A sensação do vento no corpo era como se cortasse os músculos e os ossos e todos os casacos e luvas e gorros não foram suficientes para abrandar a dor. Os olhos, mesmo de óculos escuros, insitiam em ficar irritados e produzir lágrimas e lágrimas... A caminhada demorou cerca de 15 a 20 minutos até encontrarmos uma outra trilha do outro lado da praia. Caminhamos até um mirante, tiramos fotos, curtimos por 5 minutos (tempo suficiente para desejarmos regressar para van) e voltamos até ponto de encontro.






Por volta de 16hs já estávamos nos preparando para voltar à cidade. Na van, já não havia mais aquela energia tão facilmente encontrada pela manhã. Todos estavam exaustos e largados sobre os assentos. Voltei dormindo e babando e só fui acordar em Puerto Natales...

Cheguei no albergue, larguei minha mochila no quarto e fui ao supermercado comprar pão, queijo, cerveja e outras cositas para o jantar e para a looonga viagem do dia seguinte. Na manhã seguinte a expectativa da viagem era grande, afinal iria descer o Chile até próximo de Punta Arenas, ia cruzar o famoso Estreito de Magalhaes, depois atravessaria a fronteira voltando para a Argentina para então chegar em Ushuaia !! Afff, tudo isso em 12 horas.

Um comentário:

  1. Nossaaaaaaaaa
    Essas fotos são EXTRAORDNÁRIAS...eu já imaginava que o Chile era lindo mas não sabia que era tanto!!!
    bjusss

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